Setor Jurídico X Setor financeiro – Como integrar ambos easycase

Setor Jurídico X Setor financeiro – Como integrar ambos?

Como na velha fábula que vende muito bem a ideia do cooperativismo, se os dois burros amarrados insistirem em comer o feno simultaneamente, cada um puxando para um lado, ambos morrerão de fome. Aliados, poderão comer primeiro de um lado e, logo depois, do outro. Em empresas também é exatamente assim: se persistir o impasse setor jurídico x setor financeiro, a empresa pode ir à falência.

E essa situação de competição entre dois setores – ou departamentos – de uma empresa é mais comum do que se possa imaginar. E isso ocorre por uma razão bem simples: cada um dos diretores ou coordenadores desses setores sentem-se mais ‘donos’ do seu setor do que partícipes da empresa como um todo.

 

Competição nociva ao empreendimento

Trata-se de erro crucial ao conjunto e à empresa em especial, que pode perder o foco em seus objetivos principais. E é exatamente aqui que devem começar as correções – o estabelecimento de metas e objetivos comuns para qualquer organização precisa ser definido com clareza, a começar por um bom planejamento estratégico.

A competição entre setores numa empresa, em especial o setor jurídico x setor financeiro, é altamente nocivo ao empreendimento e só pode ser combatido pelo envolvimento maior de cada um desses setores, o que o planejamento neutraliza ao fixar metas de trabalho e atuação para cada um.

 

Se cada um puxar para um lado, falência

Trata-se de questão muito séria e que não pode ser tolerada pela administração central do empreendimento – seus sócios principais e controladores. Em média, segundo os melhores compêndios de administração, uma empresa tradicional, de médio a grande porte, possui uma dúzia de departamentos e setores definidos.

Isso computando-se todos os seus setores, do administrativo ao financeiro, passando pelo jurídico, atendimento a clientes e ao de vendas. Imagine se cada um desses setores seguir uma orientação própria, atendendo a interesses meramente egoísticos de seu diretor – é falência na certa ou, no mínimo, o comprometimento daqueles objetivos centrais.

 

Usar os veículos internos de comunicação

No caso específico de uma competição fraticida entre setor jurídico x setor financeiro, os prejuízos imediatos podem ser muito grandes – sem falar naqueles de longo prazo. Por isso, o recomendável é que o próprio setor ou departamento jurídico empenhe-se em romper esse afastamento, através de algumas ações simples.

A primeira a ser incrementada é uma participação mais ativa nos veículos de comunicação interna da empresa – e qualquer empresa sempre tem alguns, dos murais a boletim, impresso ou eletrônico. E, claro, tem os e-mails, que, bem trabalhados, transformam-se em importante fonte interna de comunicação, de forma especial quando é para transmitir informações positivas.

 

A galinha alardeia que botou um ovo

E que informações e notícias podem ser essas? Sucessos obtidos pelo setor jurídico. É muito comum, em qualquer área, a pessoa que está envolvida em qualquer assunto, notadamente em uma empresa, julgar que todas as demais sabem o que ela está fazendo. E, portanto, fecha-se em casulo e não dá informações aos demais.

Mas, não é assim que funciona o processo de comunicação. Na verdade, você tem que saber que a montanha não vem até você – é você que precisa ir até ela. A galinha, nesse processo de comunicação, é quem mais tem a nos ensinar – ela bota um ovo e logo alardeia para todo mundo saber o que acabou de produzir.

 

Visão global e participação no conjunto

É muito importante que os advogados que compõem o setor jurídico de uma empresa, em qualquer ramo de atividade, atuem com uma visão global do empreendimento. Precisam estar ‘dentro’ da empresa, participar de suas decisões e das buscas por soluções, precisam entender o negócio da empresa.

Para estes profissionais, não basta o saber jurídico. Fazer ‘a sua parte’ e lavar as mãos para o restante é completamente insuficiente em tratando-se de uma empresa – este é apenas o básico e necessário. É preciso assumir como executivo ou diretor da empresa, mesmo que não tenha cargo com essa denominação. O diferencial é a visão global, entender e participar do conjunto.

 

Busca de formação complementar

E é preciso mostrar que está fazendo isso e agindo assim. Por isso a comunicação é por demais importante – fazer-se conhecer aos demais, mostrar o seu serviço. Quem não se comunica, se trumbica, já ensinou o velho guerreiro Chacrinha. E, na sua simplicidade, trata-se de ensinamento primordial numa grande empresa, com muitos setores competindo por qualidade e resultados.

Essa necessidade imperiosa de atuar não apenas como advogado, em setores e momentos em que o saber jurídico não basta, inclusive está levando muitos advogados a buscarem a especialização em outros ramos do conhecimento, como marketing, administração e áreas pouco afeitas ao Direito, como finanças.

 

Ter opinião sobre questões estratégicas

A verdade é que muita gente, dentro de uma empresa, não sabe ao certo para que serve um setor ou departamento jurídico. Para a maioria, é apenas para representar a empresa em casos em que for processada ou para vistoriar a papelada dos funcionários. Mas, esta é uma visão tacanha e que pouco diz sobre o papel atual do advogado numa empresa, num momento de profunda transformação da sociedade.

Um advogado hoje precisa participar muito mais dentro da empresa, precisa atuar em reuniões de planejamento e opinar também sobre questões estratégicas. O Direito precisa chegar à frente dos problemas, precisa evitá-los e orientar os passos a serem seguidos por todos os demais setores e departamentos da empresa.

 

Um setor que trabalha na prevenção

Essa dicotomia setor jurídico x setor financeiro não se coaduna com os tempos atuais, em que até o Departamento de Pessoal transmutou-se para Departamento de Recursos Humanos. O homem ganhou mais espaço e importância dentro de qualquer organização, a começar por empresas que vislumbrem um futuro de crescimento e pujança.

Se essa comunicação interna for bem feita, todo o setor jurídico vai ganhar mais espaço e importância dentro da organização. E passará a ser reconhecido como um setor de destaque, que ajuda no crescimento empresarial. E todos vão saber que ali há um setor pensante, que acompanha e propõe ações judiciais, mas, bem antes do que isso, promove ações internas que também apontam para o melhor caminho que a empresa deve seguir, sem sobressaltos.

Escrito por easycase

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